domingo, 4 de março de 2012

Tertúlia Crioula Portuense – Breves considerações


Por: Nelson Carvalho

Com vista a responder algumas das questões levantadas e, principalmente, alguma falta de informação que grassa no meio estudantil crioulo do Porto, resolvi escrever essas considerações. Ao falar da Tertúlia Crioula Portuense (TCP), é comum surgir questões como: (1) o quê que vocês fazem lá? Ao ser respondido a primeira pergunta, surge uma outra: (2) Isso resolve alguma coisa? Antes da resposta, surge a afirmação: Náh, kela é perda de tempo! Uma outra pergunta frequente é: (3) virá alguma ‘pessoa importante’? Depois segue o “náh, nton nka sa ta bai!”

Bem, por um lado, a palavra ‘tertúlia’ na sua essência, de uma assentada, responderia todas as questões feitas e, por outro lado, há muita boa gente que acredita que a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual têm lugares apenas numa sala de aula com um professor à frente ou com a resolução de um exame e uma nota positiva consoante a escala estabelecida.

Entretanto, antes de tirar algumas conclusões, é preciso esclarecer essas pessoas porque, longe de enformar as pessoas, o objectivo é a partilha do conhecimento e o reforço do pensamento crítico. Quanto às técnicas e métodos de aprendizagem, isso já são contas de outro rosário.

Em forma de resposta, deixo essas breves considerações:

 1) O quê que fazemos na TCP? Começo por dizer que ‘tertúlia’ não nem mais nem menos do que uma reunião de um  grupo de pessoas, de forma mais ou menos frequentes, com o intuito de discutir tema ou uma determinada realidade. Dito de uma outra forma, a TCP é uma reunião mensal dos cabo-verdianos do Porto e não só, com o objectivo de discutir assuntos relevantes da realidade socio-política e cultural cabo-verdiana, inserida no contexto global;

2) TCP resolve alguma coisa? Não, pelo menos, directamente. A TCP enfatiza dois pontos fundamentais: a) debate e reflexão; b) aprendizagem através de partilha mútua de conhecimento. Há outros ganhos que reivindicar-se-ão como, por exemplo, a preparação de uma massa crítica através da consciencialização da realidade actual e perspectivar um Cabo Verde melhor nas futuras decisões;

3) Virá alguma ‘pessoa importante’? Dentro dos parâmetros dos dois pontos fundamentais a) e b), não é necessário ‘pessoas importantes’ para que possamos organizar o stammtisch. É importante salientar que a TCP é um palco em que todos os presentes são actores. Contudo, na rubrica Conversas Tertulianas – À Conversa com… e Conversas Cruzadas com…-, são convidadas as personalidades de diferentes áreas.

Eu exorto à participação de todos e, em especial, a comunidade académica cabo-verdiana do Porto.

Um abraço Tertuliano,

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